sábado, 6 de outubro de 2007

Faca na Caveira, nada na carteira

Tive o prazer e a honra de assistir Tropa de Elite, num DVD de tréis reau, na periferia do Rio de Janeiro, acompanhado do povo que sobe todo dia na favela pra ir trabalhar. Esqueça a discussão da pirataria, é a realidade deles.

O filme é maravilhoso. Cenas impressionantes, diálogos memoráveis, uma edição impecável, uma história que atinge a todos nós. Fiquei feliz que o filme tenha vazado para os camelôs, porque ele alcançou primeiro justamente a parcela da população que não gastaria jamais R$ 18,00 num Cinemark.

Existe um simbolismo interessante aqui: o filme retrata duas realidades: o morador da favela que convive diariamente com a violência do tráfico e o morador de classe média/alta que sobe a favela ou para financiar esse mesmo tráfico ou que ignora essa realidade. Um viu o filme em DVD pirata, o outro vai poder assistir agora, confortável num shopping. E ambos o merecem, cada um dentro de seu próprio mundo.

É por isso que vou vê-lo novamente, no cinema, acompanhado dos que não o viram no DVD pirata. Até porque o bom cinema nacional merece ser pago, merece ter o seu lucro. No final, nenhum desses tréis reau vai para a mão do diretor, da equipe técnica ou dos atores.

E eles, sem dúvida, merecem.

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